domingo, 9 de março de 2014

Módulo: Atendimento Educacional Especializado – PS
Cursista: Ellen Simey da Silva Tavares
Turma: T29a
Data: 09/03/2014 

Educação Escolar de Pessoas com Surdez
Atendimento Educacional Especializado em Construção

O embate epistemológico entre os gestualistas e os oralistas que já existem aproximadamente há dois séculos tem sido alvo de discussões e ações que visam o aprimoramento da educação das pessoas com surdez, mas enquanto essas discussões decorrem no sentido de priorizar uma ou outra prática, as pessoas com surdez vão sendo colocadas em uma situação de descaso, sendo estas excluídas de um ambiente propicio a seu desenvolvimento cognitivo, afetivo, social e coletivo, levando ao fracasso de seu processo ensino aprendizagem, nesse sentido Damázio (2010), enfatiza a respeito das questões e desafios que ainda precisam ser discutidos.

[...] Porém, por mais que as políticas estejam já definidas, muitas questões e desafios ainda estão para serem discutidas, muitas propostas, principalmente no espaço escolar, precisam ser revistas e algumas tomadas de posição e bases epistemológicas precisam ficar mais claras, para que, realmente, as práticas de ensino e aprendizagem na escola comum pública e também privada apresentem caminhos consistentes e produtivos para a educação de pessoas com surdez.

Nesse sentido, se faz necessário que as discussões a respeito das práticas pedagógicas no ambiente escolar sejam revistas, com o objetivo de se chegar a um processo de construção levando em consideração a inclusão de fato e de direito das pessoas com surdez nas instituições de ensino, mas não como um mero espectador, e sim como pessoas totalmente capazes de interagir com os demais. Faz-se necessário que se reconheça onde está o foco do fracasso escolar das pessoas com surdez, pois o fato de se apropriar dessa ou daquela língua, não mais pode ser vistas como as vilãs desse fracasso. Damázio (2010), diz que se deve romper com o embate gestualistas e oralistas, por prejudicar o desenvolvimento dessas pessoas, ao canalizar a atenção dos profissionais da escola para o problema de língua em si.

[...] O problema da educação das pessoas com surdez não pode continuar sendo centrado nessa ou naquela língua, como ficou até agora, mas deve levar-nos a compreender que o foco do fracasso escolar não está só nessa questão, mas também na qualidade e na eficiência das práticas pedagógicas. É preciso construir um campo de comunicação e interação amplo, possibilitando que as línguas tenham o seu lugar de destaque, mas que não sejam o centro de tudo o que acontece nesse processo.

Nesse sentido, se faz necessário que se pense em práticas pedagógicas que leve em consideração as potencialidades das pessoas com surdez e que trabalhe as dificuldades dos mesmos, criando ambiente estimuladores para seus aspectos cognitivos, levando em consideração que são seres de consciência, pensamento e linguagem.
O AEE na perspectiva inclusiva, deve se apoiar  no fato de que a pessoa com surdez é um ser totalmente capaz de interagir, se expressar e vivenciar experiências que servirão de suporte para o seu pleno desenvolvimento cognitivo, social, coletivo e afetivo, e que respeite e considere o direito a uma educação bilíngue, tendo a Libras e a Língua Portuguesa como base para o desenvolvimento do processo educativo do aluno e o aprimoramento do fazer pedagógico do professor.

[...] O conhecimento precisa ser compreendido como uma teia de relações, na qual as informações se processem como instrumento de interlocução e de diálogo. Pensamos no AEE PS, na perspectiva de que tudo se liga a tudo e que o ato de um professor transformar sua prática pedagógica, conectando teoria e prática, a sala de aula comum e o AEE, numa visão complementar, sustenta-se a base do fazer pedagógico desse atendimento.


REFERÊNCIA:

DAMÁZIO, Mirlene Ferreira Macedo; FERREIRA, Josimário de Paula. Educação Escolar de Pessoas com Surdez - Atendimento Educacional Especializado em Construção. Revista Inclusão: Brasília: MEC, V.5, 2010. p. 46-57.

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